Eu sou o pescador displicente.
O cientista sem método.
O cego que encontrou o caminho da
morada da luz.
Sou aquele que diz “obrigado”.
O santo que se arrepende.
O fazendeiro criador de aves –
galos que não cantam mais que três
vezes na vida.
Eu sou o vento fugindo a cavalo.
/ o pescador, o cientista, o cego
/
Eu sou a pergunta que Deus
respondeu do meio da tempestade.
[inédito de Eleazar Venancio Carrias]