sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

MINHA CANÇÃO DO EXÍLIO


por Bia Carrias

Saudade do mato!
Saudade de Breu Branco.
Dos moradores incrédulos,
Da cidadezinha que não escutou o teu protesto.
Saudade daquele chão que não merecia o teu fruto,
Que oprime o talento,
Te escreve nas faixas, e te apaga dos muros!
Saudade da intenção sem sentido,
Beirando o ridículo,
Da Bíblia de madeira no monte da praça.
Saudade do velhinho escutando a rádio,
Debaixo do pé de manga,
Atento a tudo que passa...
Daquela senhora gritando àqueles meninos descalços.
Saudade daquela juventude rompendo a noite,
Sem pensar no futuro, mastigando a vida,
Morrendo pro mundo.