terça-feira, 28 de junho de 2011

Para Pietra




E todas as fotografias na praia,
todos os vídeos,
e telefonemas gravados
– sua voz pequenina e arenosa –
nada, filha, ainda que eu os

repetisse infinitamente,
nada garantiria que de meu amor
crescerias enferma.
Não se adoece de amor epistolar.
Menos ainda quando já somos felizes
e temos um lar. Outro pai, outro lar.
Quando me vires, crescida,
tu só me poderás dar
(que culpa terás?) 
outro olhar.

Todas as fotografias,
todos os vídeos
e telefonemas gravados:
nada garantiria que de meu amor
crescerias enferma.


[inédito de Eleazar Carrias]